Vale à pena

Se a segunda, não foi assim tão boa,

E o pensamento, incompreendido voa;

Ainda assim, vale à pena, a voz ecoa,

E as palavras ofertadas, não são à toa.

Amanhecerá terça, e tua pena inquieta,

Te fará desperto, feito um despertador;

Há mais do que umas almas indigestas,

Há corações sedentos da palavra amor;

E depois há dias e dias, uns de tristeza,

Outros dias de alegria, poesia, harmonia;

Então em tudo, infinita sabedoria, leveza,

Mas agora resta descansar dessa agonia.

Emprestar ao olhar, o descanso merecido,

Aquecer as mãos, adormecer e até sonhar;

Acreditar que horas boas virão; e agradecido,

Começar o dia bem, e ir, até a noite chegar.

Então a pena do poeta, terá valido à pena,

Seja do jeito que for, com ou sem dor; amor;

Fazer das tristezas e agruras, dores pequenas,

E voar, encantado, como um colibri pela flor.