Vendo Rosas Murchas
Vendo rosas murchas,
Estranho?
Não, não precisamos de vida,
Aliás os sentimentos das mãos que as entregam,
Não são de verdade mesmo.
Vendo sonhos vazios,
Mas isso nem sai muito,
As pessoas não tem tempo de sonhar,
Tempo vale dinheiro.
Mas o que se compra com esse vazio?
A vida não tem reprise,
Se vive aquele tempo que a vida lhe dá.
Mas como se vive?
Em prol de sonhos alheios?
De fazer riquezas enormes,
Que te aprisionam na solidão?
A vida pede tão pouco,
Mas você não se permite viver do simples.
Pois os falsos sorrisos,
As admirações abstratas,
Transbordam seu ego,
Enquanto no escuro do seu eu,
Você se apequena, sofre e congela.