Andróides

Nunca disse que sou perfeito

Já vim com original defeito

Vou funcionar assim mesmo, sem conserto,

Por mais que se dêem uns apertos.

Não me conjugue que não aceito

Num pretérito mais que perfeito

Sonoridade monumental de um concerto

E a profusão desigual dos desacertos.

E procurando no rio o leito

E afofando para deitar o leito

Com o que nos pode deixar coberto

Para com o peito está aberto

Para absorver novos conceitos

E desnudar-me dos preconceitos

Entendendo como sou descoberto

Pelo distante e pelo que está por perto.

Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos