O pássaro

Sinto-me como um pássaro triste sem asas e sem canto

Na beira da porta entreaberta da gaiola sem vontades

Observando um vento morno a surgir e envolver o tempo

Que se parece um morto assim comigo um desses tempos

Chatos que percorrem os dias que se morrem

Sinto-me com um desinteresse de sentir

Com uma angústia que me deixa tonto

Um tolo sem noção em plena involução

Na gaiola de uma nação

Batem palmas mas eu não saio de minha fixa condição

Jogam água e me cospem

Acenam com as duas mãos

Fazem graças da desgraça de minha falta de emoção

E me castram a esperança de outros ares voar

Porque me querem pássaro

Sem chance de sonhar

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 26/04/2016
Reeditado em 26/04/2016
Código do texto: T5617048
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