CAMINHANDO PARA O ESCONDERIJO

Caminhando segura agora para o esconderijo
Onde escondo as minhas fragilidades.
Nos sótãos de minha casa interior sem recato,
Nas dispensas escondidas que nunca encaro.
De traumas, brincadeiras de infância, relato
Pois passaram a crescer e viraram monstros
Querendo me engolir por me criar medos.
Vejo em ti e na poesia, a confiança que desterra,
Esses medos ao me inspirar, fazendo vir a tona
Todos disfarces e fantasias da mente e coração
Inteiramente frágil, mas com força medonha.
E sem evasivas, me deixo eclodir em inspiração.
Bombardeio a vaidade que me quer especial
Desumana, endeusada, cheia de autoridades,
Disfarçada em formalidade, fria, impávida.
Maquiada ardilosamente se dizendo “arte”!
Esconder-se é uma forma de não se ver inteira
Vê-se que tudo que sai da sombra e se manifesta
O sol reflete e dar vida para que  floresça.
Por que não ser simplesmente o ser?
Cheia de vulnerabilidades e de humanidades?
Ouvi que "ser livre é ver para poder se resolver."
E com coragem aos abutres da alma insana
Doar-se, para que sanem suas próprias carniças,
Sem medo de sofrer. Assim, faz sentido viver.
Sem cultuar fantasmas alimentados a esmo
Sem a frieza dos porões que embalsamam
A verdadeira arte que é beleza, luz, calor
Ornadas pelas simplicidades vindas do amor.
Abrir as portas dos porões enfrentar os medos
E na inexorável viagem do ato simples de voar,
Superar-se. para aprender e ensinar a amar.
 
 
 
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 25/04/2016
Reeditado em 25/04/2016
Código do texto: T5615846
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