CADA UM COM O SEU PAPEL

A vida e o mundo aparenta falar:

De suas trajetórias e peripécias

Em vários encontros

De mãos dadas

Bem resignadas.

As vezes depressa e as vezes sem pressa

Caminham, caminham lado a lado.

Do outro lado a morte espreita

Tranquila,quase sem jeito a espera

Cheia de surpresas, muda, surda, perversa

Mas contrita com sua obrigação.

Porém repleta de desculpas e mistérios.

(..........)

De repente param e se combinam:

Falam de se próprio - falam do seus egos, erros e certos,

Explicam suas virtudes e papéis

Cada um do seu jeito e de suas realidades.

Então disse o mundo:

Todos estão inclusos em mim,

Sempre estou velho e novo, sou retrógrado.

Dou muitas voltas no tempo

O tempo é meu companheiro

Repleto de mistérios, sombrio,ligeiro....

Eu não sou igual a vida fraca e passageira.

(.........)

Depois de ouvir tanta alusão do tempo

Que bem orgulhoso se gabava

A vida bem singela retrucava

E com veemência dizia:

Falas tanto de ti!Mas não sabes de mim?

Frisa-me por que sou incluso a ti

Esquece que cada um tem o seu papel.

Que é de fato e de direito e dever de cumprir.

(...........)

Pois bem!Eu tenho imenso valor

Eu sou bem querida

Sou alegre,esperança,ternura, enternecida,

Todos de mim precisam

Porém uma vez perdida

Nesse mundo não terás outra vida.

(..........)

Diante daquela resposta

O orgulhoso mundo arredio conspirou

Senhora me faça um favor

De falar com amor

Que somos sempre coeso as vezes indecisos

Mas sempre estamos lado a lado

Eu você o tempo e a morte,

Somos quase todos iguais cumprindo

Nosso papel de maneira bem desigual.

(............)

E quando a morte leva um bocado

Estou sempre de braços abertos, alados

Esperando um outro punhado

Há nascer por todos os lados da minha

Inteira dimensão......

Salvador 22 abril 2016

José Antonio S. da Cruz

JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ
Enviado por JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ em 22/04/2016
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