SEM
Restam-me dúvidas do hoje e do amanhã,
Perdeu-se a verdade entre os anos afora,
Procurando seus frutos na imensidão
Da Terra redonda e maciça de injúria.
Acabaram-se os dias de chances para recomeçar,
Mas começaram os novos rumos a seguir,
Somos todos pequenos e indefesos,
Procurando uma semente para reproduzir.
Sem rima, sem estrutura, sem rodeio,
Posso eu fazer este poema.
Mas a vida tem lá suas gramáticas,
E nos cobre com um padrão para vivê-la.
Uns procuram dinheiro, outros amor,
Mas a primeira opção sempre na frente (infelizmente)...
E tem aqueles que não procuram,
Mas acham o que deveriam achar.
Procurar a si mesmo é bom,
Procurar os outros é desnecessário,
Mas procurar o que há em si nos outros,
É prova de amor verdadeiro...
E não tente procurar o que não sente,
Não tente sentir o que não procura,
Só procure o sentimento que sabe sentir,
Só tente sentir o que já procurou reconhecer.
E, mais uma vez, uma vida sem rima
Pode ser vivida, pode ser intensa...
Mas uma vida sem vida não vive,
Pois uma só é a vida que nos envolve.