A bola da vez
Cá fico a pensar sem que me atreva,
A abrir asas de uma ideia que ocorra;
uma meia dúzia torce que eu escreva,
e o triplo disso deseja que eu morra...
Quando quero não omito os “causos",
até se, na ferida tiver que pôr o dedo;
faz tempo que sou livre dos aplausos,
tanto quanto, me sinto livre do medo...
Porém, há afazeres mais que a dizeres,
E o que meu dever ordena, presto faço;
pensares voam com asas dos prazeres,
pão verte sempre co'a bravura do braço...
Assim, ora o dito dorme, e outra, medra,
embora, mesmo estando recluso, penso;
às vezes, é a bola da vez, quebrar pedra,
e outras, tão somente, quebrar o silêncio...