Sobre a mesa, sobremesa

Quem dera somente versos de amor, rimasse

A dor não mais existisse, finalmente, acabasse

Tristeza, não caísse em lágrimas, sobre a mesa

De sobremesa os mais gostosos doces... Mereça

Saboreie sem culpa, adocicando a vida amarga

Um café amargo, mate amargo, dura é a carga

Se carrega, nos carrega, mala com destinatário

Seja noite, ou dia, vai cumprindo fiel, o horário

Marcando presença, tão ausente, tão indiferente

E o pranto é invisível, e um prato só na balança

Realidade tragando poesia, bebida servida quente

Não esfria pensamento, que segue em esperança.