TEMPORAL

Não tenho medo do relento.

Não quero parar o tempo.

Quero sentir o seu galope!

Se por medo eu tivesse

Deixado presa a vida

Em algum momento,

Teria perdido o amor

Do próximo instante.

O tempo traz em si

O risco do abandono,

Mas, traz também

A beleza do novo encontro.

Quero ser firme

Para suportar o vento,

Que me derruba

E também levanta.

Não tenho medo do tempo,

Mesmo que demore muito

O tempo do meu relento.

(Homenagem a Manoel de Barros, “Vivo no meu relento”)