ÁLCOOL E PALAVRAS
Palavras da boca de um bebum
escorrem, languidas, qual baba
em fios. Duma boca pálida,
palavras jorram e deixam o futum
Sorveu o gole do líquido ardente
Com ele, palavras foram rasgando
O corpo magro, ali penetrando
Atingindo os órgãos, o fígado doente.
Pela cidade, vai pela avenida
Arrotando horrores de sua vida,
Trôpego vai-se como indigente,
Jogando palavras nas alheias portas,
Soltando palavras que se davam mortas
Palavras oriundas do inconsciente.