Existência

Houve um tempo em que não havia tempo

E nem espaço para ser preenchido por algo

E nem algo para preencher o espaço que ainda não existia

E nem o frio ou o calor para guerrearem entre si

E nem a noite ou o dia para se amarem a distância

E nem o som para ecoar até os confins

E nem se quer matéria para produzir som

E nem o vácuo para gabar-se da ausência

E nem ausência que aguardasse por algo

Sim, nem o tempo e nem o espaço existiam

Sim, nem eu e você também

E nesta viagem pela existência

Entendo, enfim, que o infinito não pode ser medido

E que o eterno não pode ser contado

Desta forma, como direi que te amo?