A graça...

Que é minha, perdeu a graça, perdeu a hora e o trem,

Voltou para casa, tão vazia, esperando quem não vem;

Olhou-me desanimada, sorriso amarelado, e boca seca,

Quisera fosse como outrora, menina tão faceira, sapeca.

Que ria comigo, sem prejuízo, nem medo de perder siso,

Comedida, porém, satisfeita, jovem; e agora que preciso;

Vem séria, madura demais, sem graça, rouba-me o riso,

Tira da minha face o brilho, e esconde até o meu sorriso.

Tua graça, tem um belo nome, e hoje não passa por aqui,

Levou a minha alegria, e até a poesia, e me deixou assim;

Tristeza contaminando horas, que não passam, ai de mim...

Martela essa ingrata. Ria! Acha graça; mas não diz que morri.