Poemas 
São como flores
Não nascem 
Em qualquer
Jardim... 
E não perfumam
Qualquer alma

Carecem de razão
E às vezes não
Uns são indecifráveis
Até mesmo...
Para o mais exímio 
Guerreiro das letras

Que degladia 
Entre mares e flancos
E retorna derrotado
Pela escrita

Por que a poesia
É como azougue 
Na palma da donzela
Quanto mais a buscamos
Ela se dissipa e se esvai
Das mãos...
Do indesistível pensador

E num esconderijo
Sob luzes foscas
Ele vislumbra um rosto
Mas que por hoje...
Seria inútil segui-lo
Ou tentar fitá-lo

É a poesia que repousa
Nos braços da inspiração
Enquanto na face do poeta
Rolam lágrimas noturnas
Que ele guardou... 
Por uma estação inteira

Ah! Poesia – És a paz 
A confortar os corações
Deste perpétuo mundo
És o carinho mais afável
Ou o sal a arder na ferida

És o adorno da felicidade
Ou simplesmente...
Amar com a coragem
Dum louco-suicida!

( Fábio Ribeiro - Mar/2016 )