Almas Tóxicas
As desventuras enchem de ser
Só tornam-se algo das entranhas
Vegetam como auras estranhas
Loucuras que estão a entreter.
A cólera em alucinação santa
É a emoção mais verdadeira
De quem ainda se espanta
Com o vazio da cidade inteira.
Meu tempo é um tombo
Entre a suavidade dos degraus
Da angularidade e seus graus
E da queda surge um rombo.
O adoecer dos receptáculos
É uma necrofagia exótica
Da natureza e seu espetáculo
A puir com ódio as almas tóxicas.