Muito prazer... Bicho!
Fechando seu pequeno mundo para balanço,
Petrificado, bicho descobre que,
Ainda que valesse algo,
Valeria menos... Muito menos,
Que um reles tostão furado!
E ainda tem a pachorra
De se sentir sinceramente ofendido,
E por que não dizer intencionalmente
Mal compreendido... Acredita?
Diante do espelho,
Repara horrorizado,
Que nao é tão grandioso como parecia,
Nem tão ilustre como imaginava...
O coitado descobre que é somente
Uma pequenina partícula,
Um nada ocupando o mundo, um lugar no espaço;
No oceano, mera gotícula...
Diante de tão ridícula auto-análise,
Vislumbra espantado, emanar de si,
Um serzinho repugnante, petulante, arrogante,
Querendo a todo custo -
Aparecer ou se parecer importante;
Querendo a todo momento, se auto- denominar:
O Senhor e Dono de tudo!
Voltando-se novamente para o espelho,
Mirando-se mais profundamente,
Orgulhoso, bicho dá um leve sorriso,
Até vê um porte elegante, um nariz empinado,
Mas seu sorriso se apaga,
Quando ao fundo, só visualiza mesmo
Os rastros de bicho acuado...
Atormentado por suas feridas,
Pelo medo de si, dos outros, do próprio espaço,
Bicho começa a desferir em seu irmão de sangue,
Murros, ponta pés, objetos cortantes...
Mais furioso fica
Ante à descoberta catastrófica
Que acaba de fazer:
O mundo, dele não precisa pra girar...
As coisas, dele não necessitam para acontecer...
E como poderia?
Se dia após dia,
Sem pestanejar, bicho pisa em sentimentos,
Usa como objetos,
Pessoas, amizades, relacionamentos?
Por seu conforto,
É bem capaz de matar, roubar, destruir,
Passar por cima de tudo;
E como em último ato,
Ainda comete grotesco erro,
Lança contra sua própria gente
Rojões, granadas, bombas,
Dizendo ser de efeito moral!
Destrói sem piedade sua espécie,
Sua própria nação,
Dizendo ele, ser em nome de religião...
Oi, prazer bicho...
Sabe, até ia lhe dar a mão,
Mas, confesso, estou um tanto quanto receoso...
Como você se chama mesmo?
Eu? Ser humano...
Fechando seu pequeno mundo para balanço,
Petrificado, bicho descobre que,
Ainda que valesse algo,
Valeria menos... Muito menos,
Que um reles tostão furado!
E ainda tem a pachorra
De se sentir sinceramente ofendido,
E por que não dizer intencionalmente
Mal compreendido... Acredita?
Diante do espelho,
Repara horrorizado,
Que nao é tão grandioso como parecia,
Nem tão ilustre como imaginava...
O coitado descobre que é somente
Uma pequenina partícula,
Um nada ocupando o mundo, um lugar no espaço;
No oceano, mera gotícula...
Diante de tão ridícula auto-análise,
Vislumbra espantado, emanar de si,
Um serzinho repugnante, petulante, arrogante,
Querendo a todo custo -
Aparecer ou se parecer importante;
Querendo a todo momento, se auto- denominar:
O Senhor e Dono de tudo!
Voltando-se novamente para o espelho,
Mirando-se mais profundamente,
Orgulhoso, bicho dá um leve sorriso,
Até vê um porte elegante, um nariz empinado,
Mas seu sorriso se apaga,
Quando ao fundo, só visualiza mesmo
Os rastros de bicho acuado...
Atormentado por suas feridas,
Pelo medo de si, dos outros, do próprio espaço,
Bicho começa a desferir em seu irmão de sangue,
Murros, ponta pés, objetos cortantes...
Mais furioso fica
Ante à descoberta catastrófica
Que acaba de fazer:
O mundo, dele não precisa pra girar...
As coisas, dele não necessitam para acontecer...
E como poderia?
Se dia após dia,
Sem pestanejar, bicho pisa em sentimentos,
Usa como objetos,
Pessoas, amizades, relacionamentos?
Por seu conforto,
É bem capaz de matar, roubar, destruir,
Passar por cima de tudo;
E como em último ato,
Ainda comete grotesco erro,
Lança contra sua própria gente
Rojões, granadas, bombas,
Dizendo ser de efeito moral!
Destrói sem piedade sua espécie,
Sua própria nação,
Dizendo ele, ser em nome de religião...
Oi, prazer bicho...
Sabe, até ia lhe dar a mão,
Mas, confesso, estou um tanto quanto receoso...
Como você se chama mesmo?
Eu? Ser humano...