O Equilibrista

O Equilibrista

Ele abriu os olhos que levantaram uma manhã

Com um sol que quiz castigar

Seus fracos olhos.

E o sol com toda força e fúria,

Fez encher de luz o céu, o horizonte, os becos,

As ruas.

E levantou-se.

E no levantar, balançou o mundo, fazendo,

Sem querer, borrar as cores nas coisas.

E andou.

E no andar, indagou se era ele que andava,

Ou o mundo que andava sob ele.

E percebeu.

Que as ruas sinuosas eram tortas, e a cada

Passo dado, entortavam mais ainda.

E parou.

Tentando também para o mundo que

girava, mas suas pernas eram fracas.

E ergueu-se.

Pôs a mão na cabeça que, fraca,não

Esquecera o que seu fraco coração lembrava.

E tropeçou.

Tentou deter sua queda, mas não precisava,

Um copo em sua fraca mão o equilibrava.

E viu.

Que era o mesmo copo que deixava fraco

Os olhos, as pernas, as mãos e seu coração.

E antes que pudesse levantar-se, andar,

Ver, indagar, perceber, e parar.

Solicitou a força do copo!

autor: Leandro Freire

criado em :11/10/2008