DESFECHO DO ENTRECHO

Brisa de outono

Olhos a contemplar

O tempo a passar

Eu corro a beiramar

Com os pés descalços na areia

Almejo quimera

Observo o ambiente

E me conscientizo que vivo a debalde

Então extravaso com a emoção

Tecendo conveniente ilusão

Subitamente arquejo

E não consigo reter

A angústia...

A revolta...

A impotência...

A falta de decência, de coesão e coerência

A essa estação que só faz sofrer

Nos fazendo ver o quanto somos pequenos

Frágeis... desgastáveis... serenos

Causando uma reflexão tardia

Sobre o pretérito

Tão distante e apático

E por um instante

Continuamente esbravejo

E choro efusivamente

Um choro surdo-mudo

Compulsivo e profundo.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 27/03/2016
Reeditado em 01/04/2016
Código do texto: T5586867
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