DESFECHO DO ENTRECHO
Brisa de outono
Olhos a contemplar
O tempo a passar
Eu corro a beiramar
Com os pés descalços na areia
Almejo quimera
Observo o ambiente
E me conscientizo que vivo a debalde
Então extravaso com a emoção
Tecendo conveniente ilusão
Subitamente arquejo
E não consigo reter
A angústia...
A revolta...
A impotência...
A falta de decência, de coesão e coerência
A essa estação que só faz sofrer
Nos fazendo ver o quanto somos pequenos
Frágeis... desgastáveis... serenos
Causando uma reflexão tardia
Sobre o pretérito
Tão distante e apático
E por um instante
Continuamente esbravejo
E choro efusivamente
Um choro surdo-mudo
Compulsivo e profundo.