Esperança
Embaçam os vidros frágeis da alma em flor
Brotam desesperos em fumaça de dor
Quem ouviu o uivo da Verdade?
Que viu seus passos cambaleantes?
Quem sentiu seu dilacerar?
Entenderam com olhos que julgam o saber
Sentiram com palavras sem direção
Lançada no porão sem saída
Vagueia em círculos nauseantes
Embalada pelo sarcasmo ensurdecedor
Pelos que não ouvem os próprios gritos
Que de roucos entregam-se ao silêncio
Até que entendam os porões
Que acolhem a incompreensão
E sustentam a Verdade sem cor
Para que resista ao martelo da sentença
Dos juízes que perecem em si mesmos
Algozes de suas próprias dores
Débora Peixoto