Esperança

Embaçam os vidros frágeis da alma em flor

Brotam desesperos em fumaça de dor

Quem ouviu o uivo da Verdade?

Que viu seus passos cambaleantes?

Quem sentiu seu dilacerar?

Entenderam com olhos que julgam o saber

Sentiram com palavras sem direção

Lançada no porão sem saída

Vagueia em círculos nauseantes

Embalada pelo sarcasmo ensurdecedor

Pelos que não ouvem os próprios gritos

Que de roucos entregam-se ao silêncio

Até que entendam os porões

Que acolhem a incompreensão

E sustentam a Verdade sem cor

Para que resista ao martelo da sentença

Dos juízes que perecem em si mesmos

Algozes de suas próprias dores

Débora Peixoto

Débora Peixoto
Enviado por Débora Peixoto em 22/03/2016
Código do texto: T5581938
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