Boulevard Rodrigueano
Em que pese à ortodoxia hipócrita
Sempre atenta a sociedade se torna
A ornada tese da axiologia que grita:
E a natureza noumenalmente escorna.
Dos sexismos aos deslumbramentos
Dos aforismos sem qualquer educação
Os achismos criam os fatos cruentos
Atordoados diante da autocomiseração.
É a mulher que inibe a violência diária
Mas pede para apanhar ao pé da orelha
Alma vacilante por decência centenária
O fetiche que ao antônimo assemelha.
É a falácia do macho alfa que arrocha
Esta voz impertinente de quem brocha
Brada que eternamente faz e acontece
Chega à segunda instância e padece.
São simulacros de heróis martirizados
Ditos válidos em bares e cais do porto
São satiríases espelhadas e satirizadas
Descritas por bedéis em desconforto.
São tantas as mentiras do ser humano
Que só é válido nascendo rodrigueano
Para entender quanto a tal presunção
Em tornar-se gente após extrema unção.