PÁSSARO, PASSARINHO...
Ele cantava a luz
com seu canto miudinho
de réstia.
Carregava consigo a paz
de onde vivia e morava...
Eu que vivia minha dores,
minha dores ele me
aliviava...
Depois da tempestade
depois da tormenta,
ele vinha e encantava...
Nas horas incertas chegava,
e tudo se repetia...
Meridianamente clara
sua vozinha soava na
certeza do dia...
Mas a vida é incerta,
certa vez não apareceu...
Porque tudo muda e ele
se foi... para outra luz
talvez !
Seu canto passou... para mim
foi como exílio, fiquei no ócio...
Ele foi buscar outro nicho,
achar outro ninho... adeus !
Meu pássaro da lembrança,
meu passarinho... !