ADULTÉRIO Código do texto: T5572470

197° Evento Literário Virtual Lupa

Grupo: ACL

Tema: Coragem

Título: INFIDELIDADE

Autora: MAKLEGER CHAMAS — O Poeta (Manoel B. Gomes)

TÍTULO: ADULTÉRIO Código do texto: T5572470

Em busca de uma infalível felicidade,

Você trai o seu marido?

E ainda diz:

Aqui debaixo do pé do meu ouvido

Que não faz isso por maldade.

Depois, em mil sorrisos, você vem dizer;

Com toda serenidade e falsidade;

Que ele, na verdade,

Não é, e nunca foi o seu cupido.

Nesse momento,

Eu digo a você

Que isso, na verdade, é falsidade.

Enquanto calado, imagino

Em semblantes assustados de menino,

Como pode uma linda mulher,

Como você,

Secretária especialista de um lar,

Visar trair assim o marido,

Como se fosse um animal qualquer?

Enquanto calado, imagino

Em semblantes assustados de menino.

Você tem é um coração destemido,

Você parece mais ser um marisco,

Que adora por adorar a métrica do risco,

Em busca de uma infalível felicidade,

Que, para mim, seja, na verdade,

Um métrico sujo babado,

Pois nunca fez e nem me fará sentido.

Enquanto calado, imagino

Em semblantes assustados de menino,

Como pode uma linda mulher,

Como você,

Secretária especialista de um lar,

Visar trair assim o marido,

Como se fosse um animal qualquer?

Enquanto calado, imagino

Em semblantes assustados de menino.

Eu até me coloquei no lugar

Deste homem cego e apaixonado,

Que você chama de marido,

Mas percebi

Que eu jamais iria suportar.

Se um dia por você

Eu, na verdade, fosse traído,

Enquanto calado, imagino

Em semblantes assustados de menino,

Como pode uma linda mulher,

Como você,

Secretária especialista de um lar,

Visar trair assim o marido,

Como se fosse um animal qualquer?

TÍTULO: ADULTÉRIO Código do texto: T5572470

Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral 9.610/98

Autor: Makleger Chamas — O Poeta (Manoel B. Gomes)

Escrito em 20/01/2002

Escrito na Praça Joanópolis, Alto do Sumaré — São Paulo — BRASIL

Dedicado a 26Z2M6A1N3O1E0L13M10J

Reg.: B.N.B. Registrado na B.N.B.

https://docs.google.com/document/d/17hvRgA1aKq_iYkYjnnS0ak72YM1JPIFPS9RUIo5lH8s/edit?usp=sharing

História do Poema Intitulado:

Adultério

Após alguns anos de separação, há exatos quinze anos, no ano de 2001, após algumas trocas de ideias por telefone, o casal se reencontrou.

O reencontro aconteceu na Praça Joanópolis, no Alto do Sumaré. Hoje, não me recordo da data exata, mas lembro-me do ano.

O encontro foi repleto de olhares, olhares que pairavam no ar, na memória, em um passado já um tanto distante.

Naquele instante, os olhares se cruzavam ali, mas os pensamentos voavam mar adentro, retornando há um tempo necessário: o ano de 1981.

Era lá que eles se fixavam, revoando entre a data em que eu a conheci e os momentos que vieram depois, até 1986, quando tudo terminou definitivamente.

Ali, estávamos na mesma praça onde tudo havia começado.

Mesmo perdidos entre olhares e pensamentos alados, ela não se fez de rogada e me pediu um beijo.

Eu a beijei, claro, apenas um selinho.

Mas, mesmo sendo só um selinho, o toque daqueles lábios fez com que eu derramasse algumas gotas de recordação.

Disfarcei.

Dentro do meu disfarce, comecei a falar dos momentos vividos naquele local.

Ao mesmo tempo, refletia sobre tudo o que havia acontecido entre mim e ela no passado, quando me declarei a ela ali, naquele mesmo banco da praça.

Depois, ao acompanhá-la até sua casa, subi ao lado dela e de sua prima.

Com as mãos para trás, as acompanhava e, sem medo, indagava por que a queria em meus braços naquela época.

Não sabia o nome da rua naquele tempo, mas hoje sei que é a Rua Antonina.

Achando-se toda poderosa, ela sorria e olhava disfarçadamente para sua prima, como se dissesse:

“Eu sou muito mais que as outras.”

O poema apresenta um discurso intenso e reflexivo sobre o adultério, abordando-o com tons de crítica moral e uma perspectiva de decepção e perplexidade diante da traição conjugal.

Há uma combinação de lirismo e indignação, utilizando metáforas, como “um marisco que adora a métrica do risco,” para descrever a ousadia e a busca de felicidade questionável da personagem feminina.

O eu lírico, ao se colocar no lugar do marido traído, revela sua repulsa e incapacidade de compreender ou aceitar tal situação, reforçando a visão tradicional de fidelidade no casamento.

A repetição de versos reforça o tom de espanto e questionamento, como em “Enquanto calado, imagino / Em semblantes assustados de menino.”

A estrutura do poema alterna entre reflexão, indignação e crítica direta, e a linguagem carrega um caráter coloquial que dialoga com o leitor.

Este estilo torna o poema acessível, mantendo, ao mesmo tempo, uma profundidade emocional e moral.

O poema “Adultério” explora o impacto emocional e moral de uma traição conjugal, trazendo a perspectiva do eu lírico, que reage com perplexidade e indignação diante do ato.

Detalharei os principais aspectos:

1. Busca de Felicidade vs. Traição

O poema começa questionando o motivo da traição: a busca de uma felicidade “infalível”.

O eu lírico confronta a justificativa da mulher, que alega que não age por maldade, mas essa justificativa é vista como falsa.

“Você trai o seu marido? E ainda diz: […] que não faz isso por maldade.”

Aqui, a felicidade buscada pela mulher é considerada egoísta e destrutiva.

2. Aparência e Contradição

O eu lírico ressalta a beleza da mulher e sua posição de respeito, chamando-a de “linda mulher” e “secretária especialista de um lar”, mas contrapõe isso com o ato da traição, o qual é comparado a um comportamento animalesco:

“Como pode uma linda mulher, […] visar trair assim o marido, como se fosse um animal qualquer?”

Essa contradição entre a aparência e o comportamento alimenta a indignação do eu lírico.

3. Metáfora do Marisco e do Risco

O poema utiliza uma metáfora para descrever a personalidade da mulher como alguém que vive em busca de perigo e excitação:

“Você parece mais ser um marisco, que adora por adorar a métrica do risco.”

Isso reforça a ideia de que o adultério é um ato deliberado e ousado, movido pela atração ao “risco”, e não apenas um erro.

4. Empatia com o Marido Traído

O eu lírico se coloca no lugar do marido traído, imaginando o sofrimento que ele sentiria se estivesse nessa posição:

“Eu até me coloquei no lugar deste homem cego e apaixonado, que você chama de marido.”

Essa empatia possibilita realçar o impacto devastador da traição, ao mesmo tempo, em que reforça os valores tradicionais de fidelidade no casamento.

5. Repetições e Reflexão Silenciosa

O uso de repetições como “Enquanto calado, imagino em semblantes assustados de menino” expressa o choque contínuo e a incredulidade do eu lírico.

A ideia de “calado” reforça a introspecção e o esforço em compreender o ato de traição.

6. Crítica Moral

O poema encerra com um tom de julgamento.

O eu lírico conclui que o comportamento da mulher é insensível e injustificável, reduzindo o ato a algo sem sentido ou dignidade:

“Um métrico sujo babado, pois nunca fez e nem me fará sentido.”

Conclusão

O poema combina elementos de crítica moral, reflexão psicológica e metáforas para ilustrar o impacto emocional e ético do adultério.

O eu lírico não só condena o ato, mas também tenta compreender as motivações por trás dele, embora sem sucesso.

O uso de uma linguagem direta e repetitiva reforça o tom emocional, permitindo que o leitor sinta a profundidade do julgamento e da perplexidade diante da traição.

Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 13/03/2016
Reeditado em 17/12/2024
Código do texto: T5572470
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.