Meu mundo
“Com licença... posso entrar? Você não sabe a saudade que eu estava de você”
Na mesa da escrivaninha, eu me sentei pela “Primeira vez”
Até agora eu não entendo como eu me afastei.
Perdi a criatividade? Perdi o amor ou o gosto pela escrita?
Só sei que me perdi em uma roda infinita.
Não achei o retorno, não podia mais voltar
Enquanto eu sobrevivia só me restava relembrar.
Do papel, da lapiseira
Do amor, das rimas e das amizades verdadeiras.
Das noites entre versos, estrofes, passeando em um mundo todo meu
Sinto-me envergonhado em estar aqui, pois meu ser apodreceu.
Não sou mais o mesmo, mudei e não tenho mais esse direito
De sentar aqui e escrever sobre sentimento.
O papel não me reconhece, a lapiseira não me obedece
Cada rima que tento fazer, meu coração se amolece.
Preciso tanto voltar, estar no meu lugar, no meu lar
No mundo de letras e verdades que eu criei para estar.
Olhei antigas paisagens, textos que escrevi
Achei erros, rimas e versos que não me deixam parar de rir.
Era infantil, era uma criança
Era sincero, tinha verdade e esperança.
O amor era mostrado como uma dor juvenil
E cada texto novo, uma aventura infantil.
Já amei, chorei, me iludi e me arrisquei
Mas pulei, sorri, me diverti e me alegrei.
Lembrei-me de cada letra que escrevi, das frases que formei
Dos versos que surgiram, das rimas que eu criei.
Era imaturo, não sabia escrever
Erros de ortografia, concordância e português.
Não melhorei muito, erros ainda serão achados
Apenas não sou a mesma criança, com coração puro e apaixonado.
Mas ainda tenho um pouco de verdade dentro de mim
Ainda sou sincero, não quero terminar assim.
Eu quero voltar, preciso voltar, me deixem voltar?!?!?!?!
Pra esse mundo, onde eu cresci e me ensinou o que é amar.
“Fim... do texto. Inicio de uma nova fase, de volta ao mundo das letras. Seja bem vindo!”