Poeta corrompido
Meu caro, por que anda tão abatido?
Perdeu a maquiavelice
de viver insanamente?...
Eu sei, o tempo caminha breve
e o breve caminha à nós
de modo que um dia, leve,
o vento nos leve, a sós...
E todo mundo vai morrer. Todo mundo vai morrer.
Meu raro,
essa pressa é o que te impede de correr!...
O luxo é tão efêmero Cuidado, soldado
quanto ao sonho.
O coiote, às vezes, finge não querer nada.
Meu caro, ele vem de mansinho
se faz de irmão e te rouba de novo. A confiança
De novo é um tiro
e de novo... no escuro da
vida.
Por que anda tão viciado Meu raro, a relva
Morrendo no banco da selva sangra.
e moendo feridas?...
O balanço dos mortos balança
perdido no influxo.
Sociedade competitiva.
Egos infeccionados...
Todas as crianças perdidas... Eu sei, o tempo
Cem mil anjos esfaqueados... caminha...
A raiva, o rancor e o ódio
passa
quando passa
a tempestade.