A Humildade

Aos néscios meu aviso

Uma das armas da sabedoria

Instauradora da nuvem fria

do desarme: é mera categoria.

Filha da paciência

E do bom senso altruísta

Uma análise da consciência

Verdadeiro rebote pacifista

Da escolástica serenidade.

Num universo tirânico

Dos diálogos às batalhas

Não há ato que cause mais pânico

Um ponto final contra as falhas.

Por mais despreparado

Que alguém assim seja

Faz um homem contrariado

Pela beligerância que deseja

O cálice do cale-se. Exasperado

causa a impotência que enseja

de quem estava despreparado.

Quanto mais longe da realidade

Os instintos são desfigurados

Quando a ira encontra a humildade

O martírio do silêncio é eternizado

Ela da derrota iminente

Transforma em empate reticente

Causa a paz de quem a conjurou

Injuriando a guerra que o outro jurou

É um transtorno inesperado

E uma calma vitoriosa num recado:

A prudência enveredaria a riqueza

A incoerência envenena a certeza

De que você poderia estar certo

Mas lhe causou o equívoco aberto

Houve tempo para ficar calado.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 06/03/2016
Código do texto: T5565312
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