A Humildade
Aos néscios meu aviso
Uma das armas da sabedoria
Instauradora da nuvem fria
do desarme: é mera categoria.
Filha da paciência
E do bom senso altruísta
Uma análise da consciência
Verdadeiro rebote pacifista
Da escolástica serenidade.
Num universo tirânico
Dos diálogos às batalhas
Não há ato que cause mais pânico
Um ponto final contra as falhas.
Por mais despreparado
Que alguém assim seja
Faz um homem contrariado
Pela beligerância que deseja
O cálice do cale-se. Exasperado
causa a impotência que enseja
de quem estava despreparado.
Quanto mais longe da realidade
Os instintos são desfigurados
Quando a ira encontra a humildade
O martírio do silêncio é eternizado
Ela da derrota iminente
Transforma em empate reticente
Causa a paz de quem a conjurou
Injuriando a guerra que o outro jurou
É um transtorno inesperado
E uma calma vitoriosa num recado:
A prudência enveredaria a riqueza
A incoerência envenena a certeza
De que você poderia estar certo
Mas lhe causou o equívoco aberto
Houve tempo para ficar calado.