POEMA DOÍDO

Eu fiz um poema doído

Um poema tão dolorido

Li, reli

Sentido não vi

no que escrevi

Chorar o passado é arrastar um morto pelos caminhos

Chorar o passado é no coração espetar espinhos

Mas o poema tinha nascido

Estava ali exposto como ferida sanguinolenta

Pensei:

A gente tenta

A gente tenta esquecer

Vai tentando se ajeitar neste viver

E uma hora nos chega o morrer

Por que viver lamentando a dor passada?

Por que no fundo, no fundo ela ficou guardada?

Como se livrar de dor assim tão grande?

É preciso pensar, acreditar que esta dor veio para nos guiar

Para nos direcionar

Conseguimos desta forma aceitar

que há dores que nos chegam para nos aperfeiçoar

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 02/03/2016
Código do texto: T5561169
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