Quando o tempo esmaga

Na primavera da vida está a sensação de eternidade!

É como se o tempo não passasse, não incomodasse, não existisse.

Há flores por todos os lugares, cujos perfumes

inebriam a realidade e os sonhos e ainda trazem alegria!

Não há frequente preocupação com o futuro,

não há tempo a perder,

É preciso encontrar a diversão!

Quem tem bom siso sabe escolher,

do contrário, avista-se a sepultura.

Mas é preciso viver,

usando o livre-arbítrio para ser e ter e fazer sem receios.

Como és bela, ó juventude!

Como a vida perdidamente se apaixona por ti

dando-lhe tudo o que tem!

Ó mocidade, como encantas teus súditos

com a vivacidade que te é intrínseca!

A existência, contudo, sem também perder tempo

tem de seguir seu curso.

E chegada a hora, ó doce virgem, os teus altares vão se arruinando;

Teus pilares,ruindo;

A pintura tão vívida em teu quadro embaçando;

A roupa do mais fino tecido se desfazendo;

E a chegada de outra fase pesando!

Lamentas em teu último suspiro

pela alegria que passou, tão rápida

E num labirinto um vestígio deixou,

mas como uma miragem sumiu!

Quando os olhos se abriram, linda donzela,

Tu não estavas mais lá!

Agora, há o lamento pela dor que machuca os ossos

e anuvia o horizonte!

Se a vida não encontrou o amor,

Então o que restou?

Érison Martins
Enviado por Érison Martins em 29/02/2016
Reeditado em 25/03/2019
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