Quando o tempo esmaga
Na primavera da vida está a sensação de eternidade!
É como se o tempo não passasse, não incomodasse, não existisse.
Há flores por todos os lugares, cujos perfumes
inebriam a realidade e os sonhos e ainda trazem alegria!
Não há frequente preocupação com o futuro,
não há tempo a perder,
É preciso encontrar a diversão!
Quem tem bom siso sabe escolher,
do contrário, avista-se a sepultura.
Mas é preciso viver,
usando o livre-arbítrio para ser e ter e fazer sem receios.
Como és bela, ó juventude!
Como a vida perdidamente se apaixona por ti
dando-lhe tudo o que tem!
Ó mocidade, como encantas teus súditos
com a vivacidade que te é intrínseca!
A existência, contudo, sem também perder tempo
tem de seguir seu curso.
E chegada a hora, ó doce virgem, os teus altares vão se arruinando;
Teus pilares,ruindo;
A pintura tão vívida em teu quadro embaçando;
A roupa do mais fino tecido se desfazendo;
E a chegada de outra fase pesando!
Lamentas em teu último suspiro
pela alegria que passou, tão rápida
E num labirinto um vestígio deixou,
mas como uma miragem sumiu!
Quando os olhos se abriram, linda donzela,
Tu não estavas mais lá!
Agora, há o lamento pela dor que machuca os ossos
e anuvia o horizonte!
Se a vida não encontrou o amor,
Então o que restou?