Unicolor

Quando cinza toca teus olhos

E de cinza se transforma teu semblante

É o cinza que te olha no reverso

Ou preto e branco, vira o arco num instante

Quem dera que o toque de um beijo

E o cheiro do amor fossem forte o bastante

Haveria em teu olhar mais que um desejo

Haveria mais que dois corpos em transe

Mas de cinza tá coberta tua alma

Cor alguma, lá, já não mais entra.

É tão difícil mirar a frente e nada ver,

É complicado pra andar sem estrada ter

O cinza existe para lembrar você

Do futuro que nunca poderá obter

Grite àquela velha moira desalmada:

Se não tenho cores, dei-me ao menos uma estrada.

Daniel Vitor de Almeida
Enviado por Daniel Vitor de Almeida em 24/02/2016
Reeditado em 24/02/2016
Código do texto: T5554297
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