ENIGMA DO POETA LOUCO
O peso da lua cheia
Aquilo que si tem
Chumaços do velho mundo
Tedioso, injustiçado
Quanto custa uma alma?
Aguilhão de tão retrocesso
É doloroso saber
Ter fagulhas de ventos
Profundo sentimento
Viver é pesado
Bravias batidas de coração
Do esperançoso amo completo
Em pontes cinza
Destes saborosos versos.
Interior gentil
De sôfregas andadas
Em ruas de pedras afiadas
Ouvindo cantigas e cantatas
A cabeça pensante inclinada
Atenta as embaralhadas
É assim que me ponho neste céu
E oferto calorosas braçadas
Com asas aladas de espíritos
Livres e belos
Coisa de louco
Mas é doutor
Senhor do complô
Velas de sebos acesas
Brilho do escritor
Que é digno deste expor.