A Replicação dos Judas
Como uma consequência desalmada
Desafio a fé em ações não-lúcidas
Não me vejo perante mares de dúvidas
A abstração da força entusiasmada
A causar esta replicação dos Judas.
Eu já não ouço o transporte dos risos
O mundo constatou-se em estar perdido.
E morreu no amanhã à ser escondido.
Quisera eu que fossem alguns demônios
Ou uma alteração de todos os hormônios
Mas há uma insanidade republicana
Uma realidade num sopro de alma tirana
Tirando do lugar os átomos da madrugada
Alimentando-nos da realidade escravizada.
É um baquear pungente de tristeza viva
A luta mordaz da canalhice permitida
Na obscura realidade fracassada e altiva!
Como uma poesia ausente de estética
Esses vândalos alardeadores da perdição
Ceifando qualquer raiz de moral e de ética
A monstruosidade que sofre de multiplicação.