A Inconsistência do Humano
O mais bizarro desta existência
É quando todos são ditos iguais
Sem nunca terem sido de fato
Nem todos os livros são impressos
Nem os ódios serão supressos
Nem as emergências às pressas
São realmente consideradas
(e nunca serão por necessidade.)
A falibilidade democrática da razão
É, portanto, um filtro interessado
Interesseiro, perfilado por vontade
Por mais que evolução deva existir
O demérito tem por persistir
As desigualdades devem insistir
Relativizando as atitudes anunciadas
(e a igualdade é utópica por vitaliciedade.)
O que causa dificuldade na digestão
Da visão eufórica e despudorada
Os seres possuem ideais em congestão
A alma se torna um grande intestino
Para digerir e aceitar todo desatino
No erro de seleção não-repentino
Que se dá desde avareza à sordidez
(medievais e mediúnicas pela eternidade.)
Sobrevive o humano que se desalma
Que compreendem a falha da retórica
Do extermínio do viver em cordialidade
A fome mental recebe aplausos histéricos
Na diagnose dos mundanismos coléricos
A comatose do sonho pelo mundo feérico
Limitados ao "somos todos iguais por lei"
(respeite o contrapeso da desigualdade.)
A igualdade é o entorpecente mais perigoso
que nos mata desde o primeiro instante
e nos torna meros autodidatas farsantes
Em busca de inebriarmos pelo jocoso
Mas um mal inegavelmente poderoso
Este falso subjetivismo fastidioso
Que se torna mudo à termo de interesse
(qual próprio humano, de fato, desconhece.)