A Inconsistência do Humano

O mais bizarro desta existência

É quando todos são ditos iguais

Sem nunca terem sido de fato

Nem todos os livros são impressos

Nem os ódios serão supressos

Nem as emergências às pressas

São realmente consideradas

(e nunca serão por necessidade.)

A falibilidade democrática da razão

É, portanto, um filtro interessado

Interesseiro, perfilado por vontade

Por mais que evolução deva existir

O demérito tem por persistir

As desigualdades devem insistir

Relativizando as atitudes anunciadas

(e a igualdade é utópica por vitaliciedade.)

O que causa dificuldade na digestão

Da visão eufórica e despudorada

Os seres possuem ideais em congestão

A alma se torna um grande intestino

Para digerir e aceitar todo desatino

No erro de seleção não-repentino

Que se dá desde avareza à sordidez

(medievais e mediúnicas pela eternidade.)

Sobrevive o humano que se desalma

Que compreendem a falha da retórica

Do extermínio do viver em cordialidade

A fome mental recebe aplausos histéricos

Na diagnose dos mundanismos coléricos

A comatose do sonho pelo mundo feérico

Limitados ao "somos todos iguais por lei"

(respeite o contrapeso da desigualdade.)

A igualdade é o entorpecente mais perigoso

que nos mata desde o primeiro instante

e nos torna meros autodidatas farsantes

Em busca de inebriarmos pelo jocoso

Mas um mal inegavelmente poderoso

Este falso subjetivismo fastidioso

Que se torna mudo à termo de interesse

(qual próprio humano, de fato, desconhece.)

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 22/02/2016
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