Trinta e nove anos e nove meses de idade
Com o tempo muita gente vai escondendo a idade,
Talvez por vaidade ou por ditames de uma sociedade.
A etiqueta vai falando: - Menina, não se pergunta a idade!
Não por falta de vontade, mas pra silenciar a numeralidade.
E, pensando neste fato, remeti-me à fecundação...
Pois ali já continham os meses de uma idade em omissão!
Decerto completamos anos, de uma pós-gestação...
Pois abstraímos meses vívidos de uma “grande construção”.
Todavia, aos vinte e um de fevereiro de dois mil e dezesseis,
Pronuncio meus trinta e nove anos e nove meses, mensuráveis.
Defendidos; divulgados; refletidos; que anunciam um novo ciclo,
De mais autenticidade, que não se esmaece com o somar da idade.
Torno pública minha existência, com erros e suas consequências,
Mas, com os acertos que vou celebrando, adicionados à persistência.
Reunindo o que antes era desagregado em minha pertença,
Desobrigo-me, enfim, das expectativas que atropelam minha essência.