Meus Dias.
Meus Dias.
Há quanto tempo dei-me ao capricho
De ser criança inocente e pura,
Mamando os seios que mãe me dava
Envolto em panos doce ternura.
Sequer pensava em contar meus dias
Que fossem eles de atropelo,
Correndo solto pela varanda
E mamãe vigiando com tanto zelo.
Ao despertar-me dessa inocência
Menino ainda eu não entendia,
Que essa ventura de ser criança
Tão cedo ainda se acabaria.
E a inocência foi-se aos pouquinhos
Num vendaval de dor e de pranto,
Vendo os caprichos que a vida impõe
Toda a beleza perdeu o encanto.
E sem preocupar-me com dias vindos
Menos ainda os que perdi,
Memórias tristes contada em prantos
E as muitas dores que já senti.
E fui-me aos prantos viver meus dias
Mamãe chorando me abençoou,
Eu de criança tornei-me um homem
Ouvindo as preces que ela rezou.