A Cabana de Troncos
Eu vou morar numa cabana,
No alto de uma montanha
Eu vou morar...
Numa cabana eu vou morar...
Lá, os ponteiros do relógio não
Farão nenhum sentido...
Meu tempo será lento...
Eu vou morar numa cabana...
Ao amanhecer, o sol por detrás da bruma
Será minha saudação de bom dia...
Numa cabana eu vou morar...
Ao entardecer, o sol avermelhado será o
Convite ao mergulho nos meus pensamentos,
Olhando os pássaros retornando para seus ninhos...
Eu vou morar numa cabana...
Nas noites claras, deitarei sobre a relva, olharei
Para as estrelas, imaginarei planetas, povos, deuses...
Sonharei viajar entre eles, ouvindo o crepitar do
Fogo na lareira...
Numa cabana eu vou morar...
Nela terei como companhia uma candeia, livros e vinhos...
O frio será o incentivo para o encontro dos corpos e das almas que se amam...
Eu vou morar numa cabana...
Na varanda, a rede e, no silêncio das
Manhãs claras, lembrarei das coisas passadas
Nas tardes ensolaradas me encontrarei...
Morar numa cabana, eu vou...
Nos dias chuvosos, doce melancolia...
Pingos d’água na vidraça da janela a formar
Rios imaginários...
Passos lentos, leite com chocolate...
Poltrona junto à lareira...
Encontrei minha paz
Eu vou morar numa cabana de troncos...
No alto de uma montanha...
Perto das nuvens...
Meditarei...
Encontrarei o sentido da vida...
Me reencontrarei...
Numa cabana de troncos, livre das armadilhas
Dos homens, viverei...
Numa cabana feita de troncos,
Aureolada por nuvens brancas...
Sombreada por árvores frondosas,
Longe de tudo e perto de mim
Serei feliz !