ODE E PROSEIO
ODE E PROSEIO AOS QUE SÃO BEM VINDOS SEM "DEMASIAS"
Falam-me silêncios em demasia: ecoam-me a sonoridade daquilo que não mais quer se calar.
Silenciam-me em demasia: Ditam-me ordenações daquilo que não é parte do que me constitui.
Dizem-me em demasia: Aludem-me pensares adulterados naquilo que forja-me o instinto
Aludem-me em demasia: Apontam-me direções dissonantes das que opto e seguirei.
Apontam-me em demasia: Registram-me em tipologias cadastrais que jamais será meu perfil.
Registram-me em demasia: Autuam-me sob sutis formas opressivas que fomenta ainda mais meu senso de liberdade
Autuam-me em demasia: Silenciam-me em contra ações que nunca calará a minha voz interior.
REPÚDIO AOS QUE INVESTEM VIVEREM "EM DEMASIA"
Esse proseio tem como fonte, em parte, à irritabilidade causada pelos que ainda apostam em ditar regras e normas, desconsiderando o outro, o percurso do rio, o frigir dos ovos, o abanar das penas, o sorrir do macaco, enfim é uma forma carinhosa (mas não muito) de deixar explícito que algumas pessoas podem parecer tolas, aparentar distração, "concordar" com silêncio, mas na verdade veem e percebem o jogo social institucionalizado e infelizmente muitas vezes legalizado pela imoralidade ética vigente nos meios e nichos que frequentamos por obrigação.
Nós, os tolos, os distraídos, os silenciosos optamos pela felicidade de conviver com coração e mente abertos para somente os que somam e mesmo em discordância respeitam as ideias, ideais, posturas, escolhas, opções do outro: por isso somos pares, mesmo ímpares...