CONSTERNAÇÕES

Tarde em que a tristura
Chapisca minha alma 
De cores desbotadas
Por que o Mestre Mundo...
Ainda faz salgar meu rosto
Com lágrimas inglórias

Procuro um poema...
Que decifre-me ou
Ao menos acalante esta dor
Mas hoje até a poesia...
Que sempre me sorriu
Partiu nas asas do condor

Ah! Poesia não me deixe
Leve-me em suas asas
De rimas e versos
Ajude-me a vencer...
As veredas traiçoeiras 
Não quero ficar aqui
Nesta concretude...
Onde a humanidade
Nunca se hamanizou
Por que alguns homens
Preferem cultivar...
Sentimentos amargos

Perdão aos incautos
De quem a visão
É ofuscada por relâmpagos
Ou escurecida pelo breu
Não lhes permitindo
Entender que...
A vida nem sempre
Nos nega um sorriso
Mas às vezes,
Precisamos conhecer
Nossos infernos 

Deste mundo...
Não quero honras e glórias
Quero apenas
Brisas afáveis
Enquanto aprecio
O por do sol
Despedir-se de mim
Refletindo sobre um rio
Onde um dia eu fui criança

Ah! Vida deixe-me caminhar
Na certeza de que...
Tudo que vivi foi um sonho
E as letras que escrevi
Eram o clamor de vozes
Sinceras que ficarão
Na memória do mundo

Enquanto eu...
Hei de descansar feliz
Nos braços da eternidade!


( Fábio Ribeiro - Fev/2015 )