Todos me enxergam
Todos me enxergam
Todos me consomem com os
olhos famintos.
De desprezo, de ânsia de vômito
feitos autônomos, insensatos, sem desfrutarem
do mel amargo de não ser.
Todos olham para mim e pensam
que me conhecem o suficiente para me dizer o que
fazer.
Todos me veem mas eu já disse, eles não me notam
e nem tem como me notarem, eu sou tão diferente deles que
me acham tão divergente que não me suportam.
Todos me enxergam me olham mais me ignoram, como se
fosse culpa minha não ser o que eles querem
que eu seja.
Lucas Clementino