Enquanto eu dormia
A infância passava, adolescência chegava e a barba em meu rosto, crescia.
O sol vinha de fora socar minha cara;
Invadia os quartos, banheiros e sala, adentrava m ' alma mas alguém o expulsara fechando às janelas e portas da vida.
Confesso à vocês que hoje me pergunto atônito: porque eu tanto dormia!?
Às noites passavam, passavam às tardes e chegava com tudo o final do dia.
Até que um dia bateu em m' nha, uma mulher de grande barriga que assim dizia: o leite derramado outrora gerou em meu ventre uma pequena guria.
Nossa... muita coisa acontecera enquanto eu dormia!
Agora me vejo calado e atrasado... liso sem emprego;
Com o preço de tudo bem lá em cima.
E às vezes me pego sonhando acordado;
Pensando no inverso, como seria.
Quem sabe à infância não estaria perdida, agora!?
Porque eu fechei às janelas e portas da vida!?
Como não percebi que m' nha barba crecera, outrora!?
Oh, meus Deus!!!
Como a vida passara enquanto eu dormia.