A Vestimenta Ocular
Estas vespas zombeteiras
São as mesmas que se abalam
Destes olhos que assinalam
Minha nudez subvertida
Uma realidade sórdida
Diante da sobriedade curtida
(E que apodrece na madrugada.)
Estes pares de orbitrais sinistros
Ministros da educação relativa
Que reclamam da pele pelada
Por ter a ubiquidade reativa
Quem define quem está vestida
É a veste ocular definida
No desejo da distância reprimida.
Só os seres humanos reprimem
Vontades naturais que imprimem
Dos sentimentos sentidos
A pele não é rica nem pobre
Causa ao véu da noite o cobre
Da vergonha pouco valorizada
Mas cujo cheiro delicado
É dedicado como uma poesia
(Íntima na medida da heresia.)