A Vestimenta Ocular

Estas vespas zombeteiras

São as mesmas que se abalam

Destes olhos que assinalam

Minha nudez subvertida

Uma realidade sórdida

Diante da sobriedade curtida

(E que apodrece na madrugada.)

Estes pares de orbitrais sinistros

Ministros da educação relativa

Que reclamam da pele pelada

Por ter a ubiquidade reativa

Quem define quem está vestida

É a veste ocular definida

No desejo da distância reprimida.

Só os seres humanos reprimem

Vontades naturais que imprimem

Dos sentimentos sentidos

A pele não é rica nem pobre

Causa ao véu da noite o cobre

Da vergonha pouco valorizada

Mas cujo cheiro delicado

É dedicado como uma poesia

(Íntima na medida da heresia.)

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 30/01/2016
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