Mister Ego
Com essa chuva insistente
E a dengue a me derrubar
No corredor do hospital
De pé, pois não há lugar
Esperando minha vez
Para ser examinada
A atendente nervosa
Com tanta gente, coitada
Só me resta o celular
Para escrever besteiras
E começo a reparar
No jeito d'umas toupeiras
Uma delas, Mister Ego,
Se acha o maioral
Para se valorizar
Necessita tratar mal
Quer desesperadamente
Ser honrado com louvores
Atenções exageradas
Amenizam seus temores
É tolerado por uns
Mas por outros rejeitado
Capricha na verborreia
Mostra traumas do passado
Mister Ego, coitadinho,
Quer mostrar-se especial
Precisa de muito aplauso
Para sentir-se normal.
(Verônica - 28/01/2016)