Adaptação

No ferro velho dos casulos estrelas e cruzes,

Uns marcos rupestres entre o ovo e as asas;

Os ditos saudosos laçando pretensas luzes,

De como foi o calor, quando houve brasas...

Nas flores de plástico jazem afetos tardios,

Dos que buscam receber quando fingem dar;

Afinal, são apenas seus, esses calores frios,

Inquietudes saudosas que recusam aquietar...

A juventude que engendrou inúteis labutas,

acomoda agora, está domesticado seu bicho;

até, maturidade capaz de selecionar as lutas,

e deixar as águas polutas descerem pro lixo...

O tempo, esse vetusto jovem, que o acusam,

De ter obrado isso, nada ele fez, só viu passar;

Os futuros acusadores que tão mal lhe usam,

Agem como se, o rio, jamais se tornasse mar...

Aí quando preceituam um tanto de sal pra nós,

É porque sabem, já venceram o Mortal Kombat;

é pra que quando nossas águas chegarem à foz,

Nos adaptemos tranquilos, ao salgado habitat...