as palavras

sei que pouco consigo

quando estou ocupado,

o trabalho persigo

e um muito obrigado

uma réstia de luz

pendurou-se num poste,

madrugada vem vindo

atropela o silêncio

me habitam desejos

que me rejuvenescem

a batida de coco

ou um chá de limão

a laranja da Pérsia

persiana caída

lá no fim da avenida

o neon desmaiou

quero ser um comanche

ou um índio puri

pra sair por aí

tiradeira na mão

as palavras confundem

as palavras apelam

as palavras acenam

e há as que não entendem

o réptil sutil

o andar sensual

força descomunal

é a do pensamento

poderia compor

e depois desdizer

pelo simples prazer

de não ter feito nada

mas o som do que sou

me inclui na contenda

há palavras, entenda,

que o vento deixou

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 26/01/2016
Código do texto: T5523236
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