Existência de uma pedra.
Havia uma pedra, uma pedra.
Uma pedra.
Apenas uma pedra.
Tão somente uma pedra.
Essa pedra era enorme.
Ao meio de um caminho.
Havia apenas um caminho.
Bem em sua metade uma pedra.
Recordo eternamente dessa mensagem.
Entretanto, a pedra era intransponível.
Com efeito, o caminho encerava em sua metade.
Havia uma pedra.
Uma pedra.
Pontiaguda.
Na ponta da pedra.
Havia uma lâmina.
O seu cume.
Apontado para o infinito.
A pretensão da pedra.
Cortar o ar preso ao espaço.
Tal fato me deixou estupefato.
Pois não havia motivo para cortar o ar.
Entretanto, era a existência.
Da história de uma pedra.
Em meio de um caminho.
Deserticamente perdido.
Distante da história do mundo.
Consegui entender a essencialidade da pedra.
Pelo mecanismo de uma intuição.
Incrível a cognição.
A existência de uma pedra.
Ao meio de um caminho.
Descrita pela imaginação.
Havia uma pedra.
Uma pedra.
Apenas uma pedra.
Solitariamente perdida.
No meio de um caminho.
Representativo a minha intuição.
Edjar Dias de Vasconcelos.