Não Meço o Tempo
Eu não meço o tempo
Ele que me mede
E me bota medo
Ainda que tão cedo
Pois a morte nos é
No nosso início
Um fato tão inseguro.
Mas lhe asseguro
Nada nos dá medo
Pois por ser tão cedo
Vivemos num precipício
Quando velho é seguro
Que a morte já não é
O medo que nos mede
É só a certeza do tempo.
A morte não é um edema
Ela é um portentoso poema
Qual verdade não se abstrai
Apenas momentaneamente
É uma realidade que distrai
Mas que não é tão ruim
Como parecia ser até então.