Não Meço o Tempo

Eu não meço o tempo

Ele que me mede

E me bota medo

Ainda que tão cedo

Pois a morte nos é

No nosso início

Um fato tão inseguro.

Mas lhe asseguro

Nada nos dá medo

Pois por ser tão cedo

Vivemos num precipício

Quando velho é seguro

Que a morte já não é

O medo que nos mede

É só a certeza do tempo.

A morte não é um edema

Ela é um portentoso poema

Qual verdade não se abstrai

Apenas momentaneamente

É uma realidade que distrai

Mas que não é tão ruim

Como parecia ser até então.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 20/01/2016
Código do texto: T5516987
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