Os chapéus.
Centenas de chapéus pelo chão
Carros parados no vermelho
Cabeças perdidas na multidão
Jornais de hoje, balançam no varal
Que só dizem o que já sabemos
Guimba na mão trêmula que acende
Última puxada, de uma boca qualquer
Cães de rua atravessam entre pernas
E perdem-se entre praças e ruelas
Restos de vida que ainda pulsam
E em repulsa se contagiam, uma lágrima
Ameaça chover, o vento fecha os olhos
E agora faz voarem os chapéus
Quem sabe se cubram as cabeças
Pelo menos desta vez.