Oceano!
Eu escrevo como os que assobiam no escuro...
Esquizofrênica que sou, não ouço as vozes
Sem o medo da descoberta, da presença física da crítica...
Eu não vejo... Agora só sinto!
E vago, como beirando um poço no âmago de mim
Observo os vultos no fundo...
Que quase se misturam com minha imagem
Refletida na superfície...
Assim me veem? Assim me vejo?
Mas nem sempre assim sou...
Eu ou a imagem... Não sei explica, nem discerni
Quando termina uma, e começa os outros
Tantos vultos que habitam meu ser...Esse oceano de mim
Só sei que amo o vasto mar, e nele mergulho
Com a mesma ânsia que olho o poço...
Mas o mar liberta minha alma
E apesar de minha fragilidade avanço no tempo
E me faço amor... Me possuindo, faço uma aliança comigo
Gero minhas polêmicas e verdades absolutas
Tão perigosas como as mentiras não ditas
Pois essas se refletem aflitas nos assovios meus noturnos...
Esse meu olhar perscrutador
Transporta na forma das linhas e nas cores da vida
O sentido de tudo que vejo, e sinto...
E o que escrevo, desenho e pinto
Não emergem de águas tranquilas
Surgem de minhas perplexidades enquanto humana
E escorre das fendas que que surgem na minha alma oprimida
Pelos espelhos da vida
Que teimo em querer me enxergar!
Neste diálogo insano de mim pra mim... Entre o oceano e o mar!