PAPOULA
PAPOULA
uma papoula morre
em campos de seca
cada pétala murcha
despenca na terra
foi flor viçosa um dia
de perfume forte e ácido
foi enfeite, foi deleite
e agora jaz nos vasos
sem sua liberdade
ao sabor dos ventos
a papoula entristece
e desiste de viver
entre semelhantes
não mais floresce
nem mais se multiplica
apenas húmus nesta vida
de que já nem se lembra