Desejo o inteiro

Me pergunto a Deus se estou viva

Quando me pego sonhando acordada

A irrealidade que me fascina

Me engole num olhar perdido, numa alma calada

Não sei se fujo ou permaneço

Nas minhas ilusões de protagonista

Nessa vida tateável que nada mereço

Prefiro o abstrato da minha doce melancolia

Levitando pelo espeço como um grão de areia

Perguntando sempre ao oraculo da vida

Perturbando-o com minha medíocre existência

Qual o meu propósito, se estou perdida

As respostas que preciso

Nunca me são dadas; e se são

Não muito bem retratadas

Pois o ser que me tornei

Não permite entendimento á qualquer coisa

É preciso quase bater ou rasgar-me o peito para entender

Porque daqui do meu escuro

Não há luz alguma

Que possa clarear essa minha mente

Acha mesmo? Nada disso ocorre

Eu queimo cada neurônio que ousa sair do trajeto

Porque o que veneram, eu mesma;

Não tenho admiração!

E ainda me recuso a entender o porquê

De tudo ser assim, tão longe

Transformando o ''impossível''

O mais acessível para mim.

Trago problemas e mais confusão

Quem sabe venho a me encontrar

Nunca fui de ficar em zona de conforto

É preciso estar em perigo, para que poça se salvar

O que eu sou para vocês?

Talvez taxada por algum adjetivo abnormal

Porque não caibo nos seus chichês

Que há muito tempo não cabem neste meu pedestal

Alma libertina de menina

Que procura sem saber o que quer encontrar

Por motivos mais que óbvios

Eu peço realmente ajuda!!

Pois palavras eu as jogo pro ar

Como agora nesse verso...

Porque quero ações

Ou palavras claras e cheias

Na verdade, odeio tudo que é me dado, ao pé da letra.

Agnes Gabrielle
Enviado por Agnes Gabrielle em 14/01/2016
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