Desejo o inteiro
Me pergunto a Deus se estou viva
Quando me pego sonhando acordada
A irrealidade que me fascina
Me engole num olhar perdido, numa alma calada
Não sei se fujo ou permaneço
Nas minhas ilusões de protagonista
Nessa vida tateável que nada mereço
Prefiro o abstrato da minha doce melancolia
Levitando pelo espeço como um grão de areia
Perguntando sempre ao oraculo da vida
Perturbando-o com minha medíocre existência
Qual o meu propósito, se estou perdida
As respostas que preciso
Nunca me são dadas; e se são
Não muito bem retratadas
Pois o ser que me tornei
Não permite entendimento á qualquer coisa
É preciso quase bater ou rasgar-me o peito para entender
Porque daqui do meu escuro
Não há luz alguma
Que possa clarear essa minha mente
Acha mesmo? Nada disso ocorre
Eu queimo cada neurônio que ousa sair do trajeto
Porque o que veneram, eu mesma;
Não tenho admiração!
E ainda me recuso a entender o porquê
De tudo ser assim, tão longe
Transformando o ''impossível''
O mais acessível para mim.
Trago problemas e mais confusão
Quem sabe venho a me encontrar
Nunca fui de ficar em zona de conforto
É preciso estar em perigo, para que poça se salvar
O que eu sou para vocês?
Talvez taxada por algum adjetivo abnormal
Porque não caibo nos seus chichês
Que há muito tempo não cabem neste meu pedestal
Alma libertina de menina
Que procura sem saber o que quer encontrar
Por motivos mais que óbvios
Eu peço realmente ajuda!!
Pois palavras eu as jogo pro ar
Como agora nesse verso...
Porque quero ações
Ou palavras claras e cheias
Na verdade, odeio tudo que é me dado, ao pé da letra.