Sombra na Noite
Lá adiante o Horizonte,
Bem próximo, o instante...
No escurecer uma Sombra isolada,
Desolada, mas cheia de Amor...
Um grito preso na garganta,
Que emana no fundo do Coração...
Estrelas no alto cintilam,
Sibilam os ventos sentimentais...
Sinais tempestuosos figuram:
Doce encanto do momento...
Nuvens que se embolam e passam,
Interferem no luminoso Céu...
O luar pisca, até o vento pisca...
Ser o momento: Seu Sonho;
Ser a Natureza: Sua Vaidade;
Ser Próprio: Grande Dúvida...
Brilham seus olhos,
A imensidão do Infinito...
Sua sombra é a Esperança...
É a Vida que desponta...
É o Amor que a domina...
Seus olhos veem tudo,
A Imaginação conclui:
É Deus fazendo escudo...
É a Natureza lhe empurrando...
Lentamente o Orvalho desce,
Cresce o cansaço da espera,
Descera a Lua refletora...
Entoam murmúrios noturnos...
Já é Madrugada nos montes,
É o ontem na Despedida,
É Partida trazendo Saudade,
A Idade lhe curvando a testa,
Manifesta o Espaço que resta,
É fresta mínima da passagem,
A Estalagem plena da Reflexão...
Além há um Horizonte...
O Orvalho é a poeira que se vai,
Traz encantos, leva os prantos...
O luar a Confidente...
As Estrelas o Arquivo,
Ativo para novas ocasiões...
A Espera a Esperança,
Que dança no cansaço...
A Saudade o Lema,
O Tema do Corajoso...
O Amor a Segurança,
Aliança do passado e futuro...
Nascer o recomeçar: O Sol,
Em prol, içar âncoras e navegar...
Manhã num Amanhã...
Um novo Dia,
Irradia o Eterno Prosseguir...
A Sombra se desfaz...