Discurso Contra Pátria

O promissor teatro da realidade

Se mantém promíscuo desde o tempo

Até mesmo no encontro ao espaço

Me subverto em questionamento:

Existe algo mais imbecil que o patriotismo?

Fala-se muito sobre humanidade

Mas sob a usura da meteórica vaidade

Soldados velam uma imagem

Qual jamais se identificam nela

E jamais irão.

O momento é vento desgastado

É a penitência subserviente da estupidez

Num eterno triunfo sobre a literalidade

Da infâmia solene até encontrar solidez

E todos nós tornamo-nos cães de guarda

Que não são guardados pelos donos

Estes donos de nações esvaziadas.

Enquanto cometas do existencialismo

Somos imprudentes até no surrealismo

De defender o que não existe

Eu não tenho sentimento sob nações

Tenho respeito sobre irmãos e suas ações

E pereço assim como nas civilizações

O encaixe da formosa hediondez

Que é surrada nas tempestades

Sussurrada em versos e trovas

Até que o trovejar das potestades

Relembra: a morte também encontra vez

No sentimento de um povo

De passagem, de novo

O ser humano está além das fronteiras

Antes que todos encontrem trincheiras

Novamente sem saber o porque.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 06/01/2016
Código do texto: T5501729
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