Discurso Contra Pátria
O promissor teatro da realidade
Se mantém promíscuo desde o tempo
Até mesmo no encontro ao espaço
Me subverto em questionamento:
Existe algo mais imbecil que o patriotismo?
Fala-se muito sobre humanidade
Mas sob a usura da meteórica vaidade
Soldados velam uma imagem
Qual jamais se identificam nela
E jamais irão.
O momento é vento desgastado
É a penitência subserviente da estupidez
Num eterno triunfo sobre a literalidade
Da infâmia solene até encontrar solidez
E todos nós tornamo-nos cães de guarda
Que não são guardados pelos donos
Estes donos de nações esvaziadas.
Enquanto cometas do existencialismo
Somos imprudentes até no surrealismo
De defender o que não existe
Eu não tenho sentimento sob nações
Tenho respeito sobre irmãos e suas ações
E pereço assim como nas civilizações
O encaixe da formosa hediondez
Que é surrada nas tempestades
Sussurrada em versos e trovas
Até que o trovejar das potestades
Relembra: a morte também encontra vez
No sentimento de um povo
De passagem, de novo
O ser humano está além das fronteiras
Antes que todos encontrem trincheiras
Novamente sem saber o porque.